domingo, junho 28, 2009

Michael Jackson 5


Mais do que julgar a pessoa, há que saber avaliar a importância da sua obra. Já tudo foi discutido, tudo foi inventado, tudo foi escrutinado sobre a vida de Michael Jackson.
Da minha parte, guardo a memória da primeira vez que vi o clip de Thriller. Numa época em que as novas tecnologias estavam ainda muito distantes - jogava-se num ZX Spectrum e o credifone era o que de mais próximo existia de um telemóvel - o impacto foi grande, uma autêntica pedrada no charco. Na altura tinha 7 anos, ainda era muito novo para ter mesada. Levava 2 pães embrulhados num guardanapo para lanchar com os pacotes de leite que davam na escola. Mas alguns anos depois já tinha semanada para comprar um pacote de batatas fritas ou uma pirâmide de chocolate. Alguns dias de fome depois, fui a correr à loja comprar o BAD. Gravei o LP numa cassete, pus no walkman amarelo da minha irmã e aí andava eu, feliz da vida, a ouvir uma coisa que na altura era completamente nova para mim.

É verdade que já não ouvia Michael Jackson com atenção há pelo menos 15 anos, mas dei por mim a pensar no que teria sido o meu percurso melómano se não me tivesse cruzado com ele. Acho que muita da minha pancada por música negra veio daí. Depois dele viria a descobrir De La Soul, Beastie Boys, Cypress Hill, Chuck D e os Public Enemy, Guru e os tremendos álbums Jazzmatazz e toda uma lista infindável de nomes que me atirariam ainda mais para as origens - James Brown, Quincy Jones (o seu primeiro e fiel produtor), Stevie Wonder, Bobby Wommack, enfim... é escusado nomear todos. E tudo isto para quê? Para dizer que mesmo agora, que já não sou um fã fervoroso do seu trabalho, não ignoro a influência que teve sobre mim.

R.I.P.

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei ler este post. Já nem me lembrava do meu walkman amarelo. Mana